Em “O Rei de Porcelana” encontramos romance, drama e intrigas políticas em uma história palaciana bem intrigante.
A série é de 2021 e foi a primeira da Coreia do Sul a ganhar o Prêmio Emmy Internacional de melhor telenovela. Foram 20 episódios transmitidos mundialmente pela Netflix.
A trama se desenvolve em meio a um cenário de luta por poder, drama e muito romance onde o protagonista precisa enfrentar desafios para manter sua identidade oculta e sobreviver às ameaças dentro da corte.
Considerações preliminares
Para quem tem uma rotina agitada, noto que hoje em dia assistir a dorama exige compromisso, uma vez que os episódios costumam ter em torno de 60 minutos e, em alguns casos, ultrapassam essa duração.
Enquanto produções com 10 ou 12 episódios são relativamente fáceis de acompanhar, os dramas de 16 episódios podem ser um pouco arrastados (isso para não dizer que alguns são, na verdade, bastante arrastados).
“O Rei de Porcelana”, no entanto, desafia essa ideia ao apresentar 20 episódios sem perder sua intensidade.
Não vou negar que houve sim flashback, um tanto quanto emotivos demais, no entanto não contribuiu para deixar a série arrastada.
A famosa era Joseon

Há quem não gosta de maneira nenhuma de doramas históricos, mas para mim esse é um dos meus gêneros preferidos.
O enredo se passa durante a dinastia Joseon, quando nasce um par de gêmeos na família real. Como a presença de uma filha mulher é considerada vergonhosa para um futuro rei, é decretado que a menina deve ser eliminada. No entanto, sua mãe consegue salvá-la e a envia para longe. Para esconder a existência dos gêmeos, todas as parteiras envolvidas no parto são assassinadas.
Doze anos depois, Dam-i, a gêmea sobrevivente, retorna ao palácio como criada. Sua aparência idêntica à do Príncipe Herdeiro a coloca em seu campo de visão, levando-o a usá-la como substituta para poder sair do palácio sem ser reconhecido. Paralelamente, ela conhece Jung Ji-woon, filho do investigador real Jung Seok-jo, com quem cria um vínculo especial.
A trama se complica quando Jung Seok-jo descobre que a filha real pode ainda estar viva. Ao perseguir quem acredita ser Dam-i, ele comete um erro fatal e mata o verdadeiro Príncipe Herdeiro. Para evitar que a verdade venha à tona e preserve a vida dos que a ajudaram, Dam-i assume a identidade do irmão e passa a governar como homem, mesmo nutrindo sentimentos por Jung Ji-woon.
Leia também: →Top Lista dos Melhores Dramas Coreanos Históricos
Atuações memoráveis
A interpretação de Park Eun-bin como Dam-i é um dos pontos altos da série. Ela transmite com precisão a complexidade de uma mulher fingindo ser um homem, especialmente em um papel de tanto poder.

Seu trabalho corporal e sua dicção reforçam essa transformação, apesar de sua aparência ainda delicada. A personagem também se destaca pela liberdade que conquista, contrastando com a condição restrita das outras mulheres da corte.
Rowoon também brilha no papel de Jung Ji-woon, mostrando mais profundidade do que em seus trabalhos anteriores, como “Extraordinary You”. Seu carisma e humor adicionam camadas ao drama e tornam a dinâmica romântica ainda mais interessante.
Conflitos e tensões sustentadas até o fim
Um dos aspectos intrigantes de “O Rei de Porcelana” é a abordagem sutil sobre a percepção da sexualidade na era Joseon.
Embora a história sugira que a homossexualidade não fosse bem aceita socialmente, o personagem Jung Ji-woon parece lidar com seus sentimentos sem grandes conflitos internos, o que levanta a possibilidade de os roteiristas terem inserido elementos do gênero BL (Boy Love).
Apesar do romance ser um fator central, a trama política e a identidade de Dam-i como mulher e governante são os verdadeiros motores da narrativa. O drama mantém a tensão e a incerteza até os momentos finais, prendendo o espectador em cada episódio. Os personagens secundários, apesar de terem menos espaço para desenvolvimento, também têm momentos de destaque, como Kim Ga-on, o leal guarda-costas de Dam-i.
O Rei de Porcelana vale o investimento?
A história é repleta de emoções e eu ficava ansiosa por cada episódio.
Acho válido elogiar a cinematografia e destacar a qualidade técnica da produção. A composição das cenas, os ângulos de câmera e a estética visual realmente me impressionaram.
A história foi bem construída e cada episódio se encaixou perfeitamente e o final da série foi uma caixinha de emoções. Fiquei com aquele gostinho de quero mais, contudo, acho que às vezes tentar florear muito, inserir outros elementos pode acabar por prejudicar a história.
Para quem curte dramas históricos cheios de romance, intrigas e drama, acho que O Rei de Porcelana se encaixa nesse perfil.